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Lava Jato vira tema de reunião olímpica, mas COI minimiza risco

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

A operação Lavo Jato e suas consequências na saúde financeira de grandes construtoras brasileiras virou um dos temas de uma reunião de dirigentes olímpicos internacionais sobre a Olimpíada de 2016 nesta sexta-feira (27). Em encontro realizado num hotel no Rio de Janeiro, membros Comitê Executivo do COI (Comitê Olímpico Internacional) conversaram com representantes do Comitê Organizador Rio-2016 sobre possíveis impactos da investigação da Polícia Federal no ritmo dos preparativos para os Jogos de 2016. Qualquer risco de atraso foi minimizado pelos presentes na reunião.

O diretor executivo do COI para os Jogos Olímpicos, Christophe Dubi, esteve no encontro. Ele aconteceu nesta manhã e fez parte da agenda de uma grande reunião periódica do Comitê Executivo do COI, desta vez, sediada no Rio de Janeiro.

Dubi relatou em entrevista coletiva no final da tarde que os próprios membros do Comitê Rio-2016 citaram as investigações sobre as construtoras e tranquilizaram os membros do COI. De acordo com Dubi, foi informado que, mesmo com as construtoras sob investigação, não há risco para as obras olímpicas.

"Sabemos que a cobertura da imprensa sobre o assunto é grande, mas as obras olímpicas estão sendo feitas em consórcios robustos [gupos de construtoras trabalhando em conjunto]. O que o Comitê Organizador informou aos membros do COI é que não há qualquer problema com as obras", disse Dubi, a jornalistas.

Conforme o UOL Esporte já informou, mais de 70% dos recursos empregados em obras para a Olimpíada de 2016 estão sendo direcionados para companhias suspeitas de integrarem um esquema de corrupção na Petrobras. Odebrecht, OAS, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Mendes Junior e uma subsidiária na Camargo Correa, a CCR, tocam obras para a Olimpíada e tiveram executivos detidos ou investigados na Lava Jato.

Por causa das suspeitas sobre essas empresas, existe o risco de elas terem dificuldade em obter crédito para tocarem os projetos olímpicos. Existe até a possibilidade de elas terem que deixar consórcios que tocam obras caso sua saúde financeira piore demais.

Na quarta-feira, o presidente do Comitê Rio-2016, Carlos Nuzman, e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, foram questionados sobre possíveis impactos da Lava Jato na Olimpíada de 2016. Ambos negaram qualquer risco para as obras.

Baía de Guanabara

A limpeza da Baía de Guanabara para a Olimpíada também foi tema da reunião entre membroos do COI e do Comitê Rio-2016 nesta sexta. Dubi ratificou que confia que a promessa olímpica do governo do Estado do Rio sobre a baía será cumprida.

"Chegar a 81% do tratramento de esgoto ainda é o objetivo. Nos foi dada a garantia de que isso será feito", afirmou Dubi. "Não tenho razão para desconfiar."

Mais cedo, Nuzman declarou que o Comitê Rio-2016 vai trabalhar junto com o governo para limpeza da baía para a Olimpíada. O comitê estuda fazer campanhas para conscientizar a população para lixo não seja jogado no espaço, que receberá competições de vela em 2016.

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