Linha 4 fica pronta antes dos Jogos e sem gastos extras, garante secretário
A Linha 4 do metrô do Rio de Janeiro, que ligará a Barra da Tijuca (zona oeste) a Ipanema (zona sul), estará pronta e em plena operação até julho de 2016, poucas semanas antes do Jogos Olímpicos do Rio, que começam no início de agosto. A exceção é a estação Gávea, uma das seis previstas no projeto, que só estará pronta em dezembro de 2016. Para que tal prazo seja cumprido, não haverá aditivos ao contrato atual, que orça a obra em R$ 8,7 bilhões (sendo R$ 7,6 bi de recursos públicos).
A afirmação é do secretário de Estado de Transportes do Rio de Janeiro, Carlos Roberto Osório, que conversou com o UOL Esporte na quarta-feira, após a publicação de reportagem que informava sobre os problemas enfrentados pela obra até agora, e sobre a exclusão da estação Gávea do plano de entrega anterior aos Jogos Olímpicos.
"O planejamento do governo do Estado está sendo seguido. A obra será entregue antes dos Jogos Olímpicos. Reconhecemos que se trata de um grande desafio. Os prazos são apertados, mas temos plena confiança no cumprimento do cronograma dessa obra", disse o secretário.
De acordo com o cronograma atual, a Linha 4 (à exceção da estação Gávea) estará passando por testes finais em maio de 2016. Em junho, será implantada uma operação assistida, com os trens deixando de circular nos horários de pico. Já em julho do mesmo ano, terá início a operação comercial plena.
O túnel por onde passarão os trens está sendo escavado pelo chamado "Tatuzão". Trata-se de uma escavadeira que perfura solos e rochas e, ao mesmo tempo, já constrói um túnel de concreto armado. Em maio do ano passado, a atividade do equipamento em Ipanema levou ao afundamento do solo e à aparição de rachaduras em edifícios da rua Barão da Torre.
Por causa disso, a atividade do Tatuzão foi paralisada. O reinício das operações foi planejado para para julho, depois para agosto, setembro e, finalmente, novembro de 2014. Depois disso, surgiram novos problemas, como o surgimento de buracos em calçadas de Ipanema e o vazamento de material polímero semelhante ao cimento, que brotou do chão e inundou uma das esquinas da mesma rua Barão da Torre.
De acordo com o secretário Osório, as maiores dificuldades já ficaram para trás: "Nós tivemos dificuldades no inicio da operação do Tatuzão, que era o momento mais critico, em um local de transição do tipo de solo, de rocha para areia. Esse trecho já foi vencido, o Tatuzão está agora em um ambiente de solo homogêneo, 100% areia, e avança na velocidade prevista. A gente reconhece que o desafio é grande, mas temos toda a confiança na implantação do metrô antes dos Jogos Olímpicos".
Tal confiança no cumprimento rigoroso dos prazos já foi demonstrada pelo ex-secretário de Transportes do Rio, Julio Lopes. Em dezembro de 2010, ele apresentou ao COI (Comitê Olímpico Internacional) o projeto de cidade-sede do Rio de Janeiro.
21/01/15: cimento "brota" de obra do metrô em Ipanema
À época, o prazo prometido para a conclusão da Linha 4 era 15 dezembro de 2015. O então secretário discursou: "Tudo está sendo muito bem estudado e a engenharia nacional domina completamente esta tecnologia. Seremos capazes de entregar a obra rigorosamente na data marcada. A Linha 4 estará pronta em 15 de dezembro de 2015, portanto um semestre antes dos Jogos Olímpicos, com tempo suficiente para a realização dos testes necessários antes de entrar em operação efetiva."
O próprio secretário Osório, por sua vez, já chegou a demonstrar confiança na entrega da estação Gávea a tempo para os Jogos. "Estamos acompanhando, passo a passo, diariamente a evolução do Tatuzão, para garantir o cronograma de obras. Esta obra tem que ficar pronta no primeiro semestre de 2016", disse o secretário no último dia 13, em entrevista ao telejornal RJ TV, da Rede Globo.
Sobre esta estação, o secretário explicou ao UOL Esporte, na última quarta-feira: "A estação Gávea sofreu uma alteração de projeto, para a construção de uma segunda plataforma, visando uma futura expansão do metrô, em conexão ao centro cidade e também ao bairro da Tijuca (zona norte). Foi isso ensejou um remanejamento de cronograma, que não permitirá sua utilização da estação dos jogos."
O secretário ressaltou ainda que tal estação não é essencial para o fluxo de pessoas que será gerado pela Olimpíada, uma vez que as estações que ligarão as zonas hoteleiras e turísticas da zona sul com as áreas de competição na zona oeste estarão funcionando.
Finalmente, perguntado sobre se haveria risco de, para acelerar os trabalhos na reta final, ser necessário a contratação de um novo turno de trabalho, fazendo com que o contrato do Estado com o consórcio construtor tivesse que ser repactuado, aumento o custo da obra para os cofres públicos, Osório afirmou: "Não (há risco de o custo da obra subir). Neste momento, estamos com a obra rodando de acordo com a necessidade para o cumprimento do prazo".