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RJ estuda nova licitação para o Maracanã após queixas da Odebrecht

Pedro Ivo Almeida/UOL
Ganhos com estádios frustram concessionária, que quer rever o contrato com o governo imagem: Pedro Ivo Almeida/UOL

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, afirmou nesta segunda-feira (5) que o Estado está estudando a possibilidade de realizar uma nova licitação para a escolha de um administrador para o Maracanã. Pezão declarou que, após a Odebrecht (atual administradora do estádio) solicitar ao governo mudanças no contrato de concessão do espaço, a Procuradoria Geral do Estado foi acionada para avaliar a legalidade da organização de uma nova concorrência para redefinir a empresa que tocará a arena.

Segundo Pezão, desde de que o Maracanã foi concedido à Maracanã SA (consórcio controlado pela Odebrecht), em maio de 2013, o projeto do governo para o espaço mudou muito. A construção de estacionamentos e lojas no entorno do estádio foi cancelada para preservar o Estádio de Atletismo Célio de Barros e o Parque Aquático Julio Delamare. Isso reduziu os ganhos projetados pela Odebrecht com a administração da arena. Por outro lado, diminuiu o valor dos investimentos requisitados pelo governo no contrato de concessão.

Para o governador, com obrigações menores, outras empresas poderiam disputar o direito de administrar o Maracanã com a Odebrecht. Por isso, ele avalia uma nova licitação.  “O projeto mudou muito. As obrigações da concessão caíram de R$ 600 milhões para R$100 milhões. Será que se fosse feita outra licitação, outras empresas não entrariam? É isso que vamos avaliar.”

“Já mandei um pedido à Procuradoria Geral do Estado”, complementou o governador, após a cerimônia de posse dos seus secretários. “Eles estão analisando a questão.”

O secretário da Casa Civil, Leonardo Espíndola, afirmou que a Odebrecht procurou o governo no final de dezembro para solicitar uma readequação da concessão do Maracanã. Segundo Espíndola, a empresa alega que o público médio do estádio está abaixo do esperado até pelo fato de lojas e estacionamento não terem sido construídos.

O secretário disse que a empresa esperava receber, na média, 37 mil pessoas por evento no estádio. Hoje, recebe cerca de 24 mil. Por isso, e também por causa das mudanças no projeto para o entorno do Maracanã, a Odebrecht quer um “reequilíbrio econômico-financeiro do contrato”. “O fluxo de pessoas no Maracanã, segundo a concessionária, foi diminuído”, disse o secretário.

Sobre a possibilidade de a Odebrecht desistir de administrar o Maracanã, o secretário disse “que isso ainda é incipiente”. “Precisamos analisar tudo com cautela. Sentar com a concessionário e discutir os pontos.”

No final de semana, a Maracanã SA confirmou via assessoria de imprensa a intenção de rever o contrato de concessão do estádio. Contudo, negou que pretende devolver o controle do espaço ao governo. “A concessionária Maracanã reafirma o seu interesse em manter o contrato de concessão. As partes estudam agora alternativas para recompor o equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão, atingido pela redução significativa das possibilidades de exploração comercial das áreas do entorno do estádio”, declarou a empresa em nota.

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