Vídeos

CBV não está só. Outras confederações tiveram problemas com verba pública

Sergio Lima/Folhapress

Do UOL, de Brasília

As denúncias de irregularidades na gestão de dinheiro público na Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) apontadas pela Controladoria Geral da União (CGU) na semana passada pintam com cores fortes o quadro atual da administração das entidades esportivas no país. Muitas delas dependem 100% dos cofres federais, e nem sempre o destino final desta verba tem sido o apoio e o desenvolvimento das modalidades.

Algumas confederações macularam seus nomes após investigação da Justiça, Tribunal de Contas da União ou até mesmo Polícia Federal. Outras, não chegaram a este ponto, mas o gerenciamento das finanças e dos recursos humanos à disposição (neste caso, os atletas) foi tão turbulento, que provocou uma fuga de investidores estatais.

O UOL Esporte listou algumas das confederações esportivas que tiveram algum tipo de problema com a gestão do dinheiro público. Confira, abaixo, em ordem alfabética:

Confederação Brasileira de Basquete: Justificando retirada do investimento no esporte de uma maneira geral, a Eletrobras deixou de patrocinar a CBB. Desde 2009, o UOL Esporte mostrou que a verba, por diversas vezes, era utilizada até para pagar juros bancários de dívidas passadas da Confederação Brasileira de Basquete. No início de 2013, a entidade admitiu ao blog Bala Na Cesta que devia a bancos, agências de turismo e até o condomínio da sede.

Confederação Brasileira de Ciclismo: Perdeu o patrocínio do Banco do Brasil em 2011 após a revelação, pela imprensa, de que não dava publicidade aos casos positivos de doping, o que contraria as regras da Wada (Agência Mundial Antidoping). Em 2012, o Tribunal de Contas da União constatou irregularidades na execução de convênios com o Ministério do Esporte, como simulação de competitividade em licitações e falta de divulgação de concorrência pública.

Confederação Brasileira de Canoagem: Não pode receber o dinheiro via Lei de Incentivo ao Esporte do patrocínio do BNDES à modalidade, porque possui dívidas na Receita Federal oriunda, ainda, dos bingos, cujo funcionamento está proibido no território nacional. Assim, a instituição governamental repassa verbas para Federação Paranaense de Canoagem e para Academia Brasileira de Canoagem para que possam ser realizadas as competições.

Comitê Olímpico Brasileiro: O TCU (Tribunal de Contas da União) alertou, em relatório divulgado em março de 2014, sobre as previsões conservadoras de arrecadação de recursos da Lei Piva, oriundos dos prêmios das loterias. “Previsão de receita consideravelmente diferente da efetivamente arrecadada, com repercussão na distribuição dos recursos às confederações, por ser baseada nessa estimativa”. Em outro trecho, o relatório do TCU aponta que há “ausência de análise da autonomia e viabilidade financeiras” das confederações.

Confederação Brasileira de Desportos no Gelo: O ex-presidente Eric Maleson é acusado de gestão temerária, falsificação de documentos e desvio de verbas. A entidade estava sem receber recursos havia seis anos. Desde a intervenção, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) voltou a dar suporte financeiro aos projetos olímpicos. Em 2014, realizou eleição, vencida pelo ex-atleta de skeleton, Emilio Strapasson.

Confederação Brasileira de Futsal: Uma gestão pautada pela mão-de-ferro de cartolas e dívidas com os jogadores que serviram à seleção brasileira e com alguns fornecedores afugentaram investidores estatais. Correios e Banco do Brasil redirecionaram o patrocínio para outras modalidades.

Confederação Brasileira de Taekwondo: Dirigentes da CBTKd foram investigados pela Polícia Federal com suspeita de desvio de recursos e fraude em licitações envolvendo um convênio de R$ 3 milhões firmado com o Ministério do Esporte. Para a PF, há suspeita de inidoneidade das empresas contratadas pela confederação. O taekwondo possui contrato com a Petrobras, que, apesar das denúncias da Polícia Federal, está mantido.

Confederação Brasileira de Tênis: O UOL Esporte mostrou neste mês que o presidente da CBT, Jorge Lacerda da Rosa, utilizou recursos de origem pública que pertenciam à confederação que preside para pagar despesas pessoais suas e de sua família, como salário da empregada doméstica e compromissos financeiros da empresa de confecções de sua mulher, Márcia Beatriz Dutra.

Confederação Brasileira de Vôlei: Relatório divulgado pela Controladoria Geral da União na semana passada revelou que 13 contratos firmados entre a CBV e algumas empresas estão sob suspeita de irregularidades, como falta de comprovação de serviço prestado, vínculo familiar com o então presidente da CBV, Ary Graça, contratação de empresas cujos sócios eram funcionários da confederação, entre outras itens. O Banco do Brasil, patrocinador desde 1991, suspendeu o repasse de verbas até que a entidade esportiva justifique cada item do relatório da CGU.

Topo