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COB isolará atletas em ilha na Baía de Guanabara para os Jogos do Rio-2016

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Atual sede da Escola Naval já foi palco de batalha com franceses em 1560 imagem: Divulgação

Daniel Brito

Do UOL, de Brasília

Um lugar isolado. Uma ilha na Baía de Guanabara. Uma área cercada de história por todos os lados, que hoje abriga a Escola Naval, mas será a casa de atletas e treinadores brasileiros antes e durante os Jogos Olímpicos do Rio-2016. A Ilha de Villegagnon vai servir de base na preparação para as equipes de tiro esportivo, pólo aquático e vela.

Cerca de 130 pessoas, entre atletas e comissões técnicas das três modalidades, utilizarão o local. Eles ficarão alojados na ilha durante os períodos de treinamento em 2015 e nas duas semanas que antecederem a entrada dos competidores na Vila Olímpica, na Barra. “A segurança da instalação militar e a limitação de acesso ao púbico são pontos que corroboram a escolha da Escola Naval como uma das bases do Time Brasil para os Jogos de 2016”, justificou  o COB (Comitê Olímpico Brasileiro), por meio da assessoria de imprensa.

A Ilha de Villegagnon guarda um pedaço quase que esquecido da história do Brasil Colônia. Alguns de seus primeiros registros datam de 1555, quando os portugueses eram os donos do litoral brasileiro e os índios canibais ocupavam a região. Mas foram os franceses que trataram de ocupar o arquipélago. Com três navios, o cavalheiro francês Nicolas de Villegagnon aporta na ilha e onde ergue uma fortaleza.

Mas após conflitos religiosos entre os próprios franceses e uma investida portuguesa em 1560, Villegagnon e seus asseclas foram expulsos do local. Mas seu nome permanece até hoje. A Escola Naval se alojou na década de 1930 na área e é um importante centro esportivo da cidade do Rio de Janeiro.
“A ideia de utilizar a Escola Naval surgiu das vantagens observadas pela posição estratégica em relação às raias de competição da Vela, pelo Centro de Tiro Esportivo que está sendo criado e pelo fato de a seleção de pólo Aquático já treinar diariamente no local”, afirmou o COB.

É, de fato, uma posição privilegiada para os velejadores, porque fica do lado do aeroporto Santos Dumont, imediatamente após a saída da Marina da Glória já dentro da Baía de Guanabara. A título de comparação, é como se os competidores do atletismo se alojassem e treinassem dentro do Engenhão, que receberá as provas da modalidade em 2016.

No caso do pólo aquático, as instalações já são utilizadas pela seleção nacional em período de treinamento. “A vantagem é a vasta experiência com esse ambiente ao longo do ciclo para que não haja nenhuma mudança brusca de local de treinamento durante os Jogos”, afirma o comitê.

Já os praticantes do tiro esportivo terão um centro de treinamento adequado para a preparação para os Jogos no Rio. O local estava inicialmente previsto para ficar pronto em julho de 2014. Agora, de acordo com o COB, será entregue em maio do próximo ano.

Além da Escola Naval, os atletas brasileiros das demais modalidades também utilizarão outro ponto histórico no Rio. A Fortaleze de São João, na Urca, de propriedade do Exército, poderá abrigar até 260 atletas em período de treinamento para os Jogos-2016.

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