! Fofinhos? Esses filhotes vão trabalhar na segurança da Olimpíada de 2016 - 15/02/2014 - UOL Olimpíadas

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Fofinhos? Esses filhotes vão trabalhar na segurança da Olimpíada de 2016

Taís Vilella e Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

A equipe de segurança da Olimpíada de 2016 acaba de ganhar novíssimos reforços. Praticamente recém-nascidos, aliás. Os “agentes” são quatro filhotes de cachorro da raça labrador, que foram incorporados nesta semana à matilha do BAC (Batalhão de Ação com Cães) da Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro.

Os cãezinhos da cor chocolate nasceram no dia 20 de novembro. Ainda são pequeninos, pesam menos de dez quilos cada um e, por enquanto, não impõem respeito a ninguém. No entanto, são tratados com atenção redobrada no canil da Polícia Militar, pois têm tudo para serem grandes farejadores de drogas, armas e explosivos.

Isso porque todos os animais são filhos do labrador chamado Boss (chefe, em inglês). O cão tem 8 anos de idade e é considerado o farejador mais eficiente da matilha de cerca de 75 cachorros no BAC.

Boss ficou famoso no Rio porque ajudou policiais a encontrarem 300 quilos de maconha, além de munição, atrás de uma parede falsa durante uma operação na favela de Manguinhos, em 2012. Por causa disso, o cão virou alvo de bandidos, que tentaram matá-lo durante a incursão de policiais pela comunidade em busca de drogas.

Segundo a PM, escutas de radiotransmissores usados por traficantes captaram a seguinte ordem: “Mire no marrom [em referência à cor de Boss].(Leia mais abaixo).

O tenente coronel Julio César Mafia disse que cães como Boss ajudam muito em varreduras prévias em locais de grandes eventos. A expectativa é que os filhotes estejam prontos para fazer esse trabalho em 2016. “Eles podem fazer a busca por explosivos em estádios ou ginásios”, afirmou Mafia. “Nosso objetivo é treiná-los para a Olimpíada.”

Herança genética

O capitão veterinário Luiz Renato Veríssimo disse que acredita que o material genético de Boss fará de seus filhotes bons farejadores também. “Bons farejadores geralmente têm células mais sensíveis no focinho e numa quantidade maior do que a de um cachorro normal”, explicou. “Isso também é genético.”

Boss, na verdade, foi pai de uma ninhada de oito cachorrinhos –seis fêmeas e dois machos. Todos eles passaram por três meses de testes e exames para detecção de características de um bom cão farejador. Só os quatro filhotes que saíram-se melhor nesses testes foram incorporados à matilha do BAC. Os outros quatro viverão com a cadela-mãe, que é de Minas Gerais.

Os filhotes do BAC já estão em treinamento. O adestrador Antônio Charles Costa é um dos responsáveis por ativar, por meio de brincadeiras, o interesse dos animais pela busca de objetos. “Daqui a cerca de um ano, eles devem estar prontos para as primeiras operações”, contou.

Inseminação artificial

A ninhada labradores prodígio é primeira originada numa inseminação artificial feita por veterinários da PM. O procedimento foi adotado para garantir que Boss, já em idade avançada, pudesse transmitir seus genes a filhotes do BAC.

A PM, então, fez um concurso para escolher a cadela que seria a mãe dos filhos de Boss. A cadela Kate Marroney foi a escolhida por causa de suas características e também pela afinidade que ela teve com o próprio Boss.

Em setembro Kate saiu de Minas e chegou ao batalhão. Em novembro, deu à luz aos oito filhotes e, no final de dezembro partiu. Nos próximos dias, ela se juntará a quatro de seus filhos. Os outros quatro viverão com Boss no Rio e seguirão a carreira do pai na Polícia Militar.

FAREJADOR TOP DA PM FOI AMEAÇADO POR TRAFICANTES DO RIO

  • O cão labrador Boss entrou na lista negra do tráfico de drogas do complexo de Manguinhos, na zona norte do Rio de Janeiro, depois de ajudar a localizar mais de 300 kg de maconha. O animal, um dos cães que fazem parte do BAC (Batalhão de Ações com Cães), recebeu ameaças identificadas pela escuta da PM, que monitora os radiotransmissores utilizados pelos criminosos. A ordem seria a de "mirar no marrom" (em referência à cor de Boss).

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