A jovem Mirella tem 21 anos e vive seu auge físico e técnico no polo aquático. Mas ela não estava feliz com o que fazia e os rumos de sua vida. Se dopava para entrar no avião, tinha momentos de choro e medo. Sofrendo de Síndrome do Pânico - um mal que atinge 4% da população mundial -, resolveu abrir mão da seleção, na qual era titular absoluta, e desistir do sonho de jogar a Olimpíada de 2016 em seu país. Um sonho construído desde os 13 anos, quando passou a integrar o time nacional. Treinar todos os dias em dois períodos era um martírio para uma das atletas mais talentosas desta nova geração.
Hoje, quatro meses após tomar a decisão mais difícil de sua vida, Mirella se diz muito mais feliz e aliviada. Está podendo curtir a sua juventude como nunca fez antes. Conseguiu não largar totalmente o esporte. No último fim de semana disputou duas partidas do Troféu Olga Pinciroli, no Rio de Janeiro. Foram seus primeiros jogos oficiais desde o término do Pan de Toronto, em julho, quando ajudou o time nacional a levar o bronze. Mas agora enxerga o esporte como um lazer, e não mais como uma obrigação.
Em depoimento ao UOL Esporte, Mirella contou o seu sofrimento.