Sexo e competições de alto rendimento: pode isso?

Diego Leite de Barros
Colaboração para o UOL
AFP PHOTO / MANAN VATSYAYANA
Com atletas do mundo inteiro, Vila Olímpica é lugar perfeito para paqueras

Muito se comenta sobre as repercussões da atividade sexual antes de competições esportivas de alto rendimento. Desde a Grécia antiga este assunto é abordado e apenas recentemente passou a ser investigado, porém ainda existem poucos dados científicos sobre o assunto.

Nos Jogos Olímpicos, a comunidade de atletas que se forma durante o período competitivo favorece novos encontros nas Vilas Olímpicas e com isso a preocupação de treinadores passa a ser um ponto relevante de discussão.

 Primeiro devemos entender qual o desgaste físico que o sexo provoca ao organismo para definir se interfere ou não no rendimento atlético. Um ato sexual convencional é considerado uma atividade física de baixo gasto energético, tendo como característica peculiar a liberação de endorfinas, responsáveis por uma sensação de relaxamento. Por este ponto de vista podemos até afirmar que o descanso após o ato sexual pode ter um fator regenerativo mais significante.

De acordo com uma revisão sistemática de diversos estudos relacionados ao tema, feita este ano, podemos concluir que apenas o ato sexual, como uma atividade física e seu possível desgaste não interfere de forma negativa na noite anterior a uma competição esportiva. Vale a pena ressaltar que a indicação é de se ter pelo menos duas horas de intervalo, segundo estudos recentes. Quando este período não é respeitado a influência negativa do sexo ao desempenho físico é maior. 

Além disso, outros fatores relacionados ao ato sexual devem ser considerados. Em algumas situações ele vem acompanhado por uma noite com privação de sono ou até mesmo associado ao consumo de bebidas alcoólicas e o fumo. Este comportamento com certeza será um fator prejudicial não apenas na noite anterior à competição, como em todo o ciclo de treinos. Podemos definir que a fórmula ideal está em levar uma vida equilibrada, e a saúde sexual com certeza faz parte desta equação.

* Diego Leite de Barros é educador físico especializado em Fisiologia do Exercício e é responsável pelo setor de fisiologia do check-up esportivo do Hospital do Coração (HCor)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL