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Roberto Salim

Mãe de Joanna fica indignada com ataques à filha: "Um país de psicopatas"

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Roberto Salim

Roberto Salim, repórter da Folha de São Paulo, Estado de São Paulo, O Globo, Gazeta Esportiva, Última Hora, Revista Placar, ESPN Brasil. Cobriu as Olimpíadas de Barcelona, Atlanta, Sydney, Athenas, Pequim e Londres. Na ESPN Brasil realizou mais de 200 documentários no programa 'Histórias do Esporte', ganhando o Prêmio Embratel com a série 'Brasil Futebol Clube' e o Prêmio Vladimir Herzog.

Colunista do UOL

A doutora Terezinha Maranhão é geriatra. Está acostumada a atender velhinhos com problemas inevitáveis na vida de qualquer um. É uma médica dedicada, uma pessoa paciente e uma mãe que se levantava todo dia às quatro da manhã para levar sua filha aos treinamentos de natação, em Recife. A doutora dormia dentro de seu fusquinha, esperava o fim do treino, dava o lanche para pequena Joanna e a levava para a escola. Só depois disso ia para seu consultório na capital pernambucana.

“Criei meus filhos para ter opinião, pois a vida perde o sentido se o ser humano não for autêntico”.

Por ter educado Joanna Maranhão dentro desses princípios, a médica não se conformava nesta terça-feira com as ofensas recebidas pela filha nas redes sociais.

“Este é um país de psicopatas, país de doidos, que confundem religião, política e esporte. Minha filha tem opiniões próprias, mas não merece ser ofendida e atacada como foi”.

A doutora disse que Joanna não dormiu direito, ficou abalada, mesmo sendo forte.

“Foram ofensas pessoais que mexeram com ela. E é óbvio que ela não rendeu o melhor que podia na piscina, se tivesse repetido seu melhor desempenho teria passado às finais”.

Em sua família, doutora Terezinha foi criada para ser guerreira. Um dos ensinamentos da infância: a vida segue, seja qual for a dificuldade.

“E é vida que segue, às vezes se paga um preço alto por ser autêntico, mas faz parte”.

Ela volta para seus pacientes nesta quarta-feira. Joanna fica no Rio até dia 14, acompanhando o judoca Luciano Correa, seu namorado, que está comentando os jogos por uma emissora de TV.

“Se a Confederação de Desportos Aquáticos ou o Comitê Olímpico Brasileiro vão tomar alguma atitude? Eu não acredito. Eles nunca fizeram nada pela minha filha, não vai ser agora que vão agir”.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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