Bronze era limite possível para Baby desde o sorteio. Francês é invencível

Wiliam Freitas*
Colaboração para o UOL
TORU HANAI/REUTERS
Rafael Silva em ação contra o francês Teddy Riner

A sorte não sorriu para Baby no sorteio olímpico: caiu na mesma chave que Riner e acabou derrotado em um duelo nas quartas de final – o que obrigou o brasileiro a superar a repescagem para brigar pela medalha.

Riner é mais atlético que seus rivais na categoria, possui uma condição física extraordinária. Se aproveita de uma porcentagem de gordura muito menor e chega inteiro ao fim dos combates, enquanto os adversários sofrem com o cansaço. No Rio, praticamente não suou para vencer.

Baby chegou ao seu limite, ainda não tem condições de vencer Riner. Para isso, teria que ter muito mais preparo físico.

O azar no sorteio e a derrota inevitável para Riner não abalaram Baby, que novamente fez sua própria sorte no torneio olímpico. Fez uma campanha equilibrada e consciente, não arriscando muito nas lutas e, com maturidade, obteve suas vitórias de forma tranquila.

Resultado que põe o brasileiro no seleto grupo dos judocas donos de duas medalhas olímpicas e coroa o esforço do judoca em um ciclo olímpico conturbado, em que teve que superar uma lesão que quase comprometeu sua vaga na equipe brasileira.

Com o bronze de Baby, o judô brasileiro encerra sua participação no Rio com três medalhas – um desempenho inferior ao obtido em Londres, quando chegou a quatro pódios. Não é um fracasso, mas é necessário fazer uma reflexão sobre o que ocorreu com uma equipe que se esperava mais.

*William ‘Gulô’ Freitas é coordenador de pós-graduação e professor universitário na área de lutas, além de diretor da Associação de Judô Gulô. Faixa preta de judô 5º Dan pela CBJ (Confederação Brasileira de Judô), ele é um dos comentaristas do Placar UOL Olimpíada