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Esporte é coisa de homem? Sete fatos que vão te provar o contrário

Darko Vojinovic/AP
Seleção de handebol comemora o título mundial de 2013 imagem: Darko Vojinovic/AP

Colaboração para o UOL

É bem comum ouvir por aí que “futebol é coisa de homem” ou que determinados esportes são só "para macho". Por um longo tempo, as mulheres foram até proibidas de praticar muitas modalidades - jogar futebol era crime para elas entre as décadas de 1940 e 1980, por exemplo.

Mas as mulheres não se intimidaram com isso e, ao longo da história, foram quebrando essas barreiras e mostrando seu valor. Na Olimpíada, elas foram de meras espectadoras a protagonistas e maioria nas delegações de diversos países – o Brasil, inclusive, deve ter mais atletas mulheres do que homens nos Jogos do Rio.
 
E se, contra fatos, não há argumentos, como diz o ditado, aqui vão sete deles que comprovam que a máxima “esporte é coisa de homem” já virou coisa do passado.
 

1 - Maior artilheiro (a) da história da seleção brasileira

Quem diz que “futebol não é coisa para mulher” nunca deve ter visto Marta jogando. A alagoana de 30 anos conquistou por cinco vezes o prêmio de melhor jogadora do mundo (feito que só Lionel Messi conseguiu) e superou Pelé na marca de maior artilheira da história da seleção brasileira. Ela tem 103 gols em 108 partidas disputadas (Pelé teve 95 em 114 jogos).
 

2 - Primeiro tricampeonato olímpico da história pode vir de mulheres

O Brasil tem somente um tricampeão olímpico na história: José Roberto Guimarães. Mas ele conseguiu o feito como técnico.
 
Neste ano, porém, o país poderá ter pela primeira vez uma equipe tricampeã olímpica: a seleção brasileira de vôlei feminino, comandada por Zé Roberto, é a única que terá a chance de conquistar três ouros seguidos em Olimpíadas – elas conquistaram os títulos nos Jogos de Pequim (2008) e de Londres (2012) e estão entre as favoritas para os Jogos do Rio.

3 - Primeira seleção brasileira campeã Mundial de Handebol

A primeira seleção brasileira de handebol a disputar um Campeonato Mundial foi a masculina, em 1958. Mas em 11 participações desde então, eles não conseguiram o mesmo que elas, que só estrearam no torneio em 1995. Em um feito inédito, as meninas da seleção colocaram o Brasil no topo do mundo ao ganharem a medalha de ouro no Campeonato Mundial de 2013.

A geração delas ainda conseguiu a melhor colocação do handebol brasileiro em Olimpíadas (6º em 2012) e é candidata a pódio no Rio.
 

4 – Única seleção de rúgbi a conquistar títulos sul-americanos e participar da Copa do Mundo

O rúgbi está naquela lista de esportes considerados “para macho” ou “muito violento para mulheres”. Mas no Brasil, são elas que dominam a modalidade. Enquanto a seleção feminina tem 11 títulos sul-americanos e duas participações em Copas do Mundo, a masculina não tem títulos sul-americanos e nunca conseguiu se classificar para a Copa do Mundo.
 

5 – Tenista mais vitorioso (a) da história e primeiro (a) a entrar para o Hall da Fama Mundial

Quando o assunto é tênis, o primeiro nome que vem à cabeça de todo brasileiro é Gustavo Kuerten. Mas muito antes dele, uma mulher fez história na modalidade ganhando 589 títulos internacionais – entre eles, 19 Grand Slams. Maria Esther Bueno é o nome dela. 
 
Ela viveu seu auge na década de 1960 e foi a primeira brasileira a entrar para o Hall da Fama do tênis em 1978. Guga foi o segundo, em 2012.
 

6 – Única atleta a conseguir títulos mundiais nas categorias entre 85 e 90 anos

A história do esporte feminino no Brasil praticamente começou com ela. A nadadora Maria Lenk foi a primeira mulher brasileira a disputar uma Olimpíada, em 1932, conquistou recordes mundiais e foi a responsável por introduzir o nado borboleta nos Jogos.
 
Mais do que isso, Maria Lenk se dedicou ao esporte até o fim de sua vida e chegou a conquistar cinco medalhas de ouro no Mundial da categoria 85-90 anos em 2000 – outro feito inédito.
 

7 – Atleta com mais participações em Olimpíadas

Se você nunca ouviu falar de Miraildes Mota, é bom guardar o nome dela – ou, mais fácil, guarde o apelido: Formiga. Neste ano, no Rio de Janeiro, a meio-campista que já acumula mais de 20 anos de seleção brasileira irá disputar sua sexta edição dos Jogos. Nunca nenhum outro atleta brasileiro conseguiu tal feito. Aos 38 anos, Formiga tentará levar a seleção feminina de futebol ao ouro inédito.
 
Ao contrário do que pode parecer, o objetivo desse post não é dizer que mulheres são melhores do que homens no esporte. O que queremos, na verdade, é apenas ressaltar que elas podem ser TÃO BOAS QUANTO eles em qualquer modalidade.
 
Não existe esporte de um ou de outro. Esporte é para todos – e se você não concorda, não tem problema, elas já aprenderam a ~dibrar seu preconceito.
 
Renata Mendonça é jornalista e co-fundadora do portal Dibradoras (www.facebook.com/dibradoras), que busca dar visibilidade às mulheres no esporte

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