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Cinco motivos para você fazer questão de ver as mulheres nesta Olimpíada

Stephen McCarthy
Marta faz a jogada do segundo gol do Brasil na partida de estreia nas Olimpíadas, contra a China imagem: Stephen McCarthy

Por Roberta Cardoso e Renata Mendonça

Colaboração para o UOL

Se no começo do século XX, a presença feminina nos Jogos Olímpicos ainda era restrita, hoje, mais de 100 anos depois de sua primeira participação, elas representam 47% da delegação total do evento, a menor diferença já registrada com relação ao número de homens, com base na previsão do COI.

Foi em 1900 que a entrada oficial delas foi autorizada (sim, as mulheres foram proibidas de participar dos Jogos de 1896 pelo Barão Pierre de Coubertin!) e nessa época, as atletas representaram 2,2% do total de competidores: eram apenas 22 em meio a 997 homens!

Para os Jogos do Rio de Janeiro, só a delegação do Brasil conta com 209 mulheres em um total de 465 atletas. Elas representam 45% da delegação total do nosso país. Contabilizando os números totais do evento, o COI estima que entre os 10.500 atletas participantes, cerca de 5 mil sejam do sexo feminino.

No Rio, a presença das mulheres já começa a aparecer na cerimônia de abertura, quando Yane Marques (medalhista de bronze no pentatlo moderno em 2012) representará a delegação brasileira como porta-bandeira do nosso país. Yane venceu uma votação popular, promovida pelo COB, e foi a escolhida para nos representar (desbancando os medalhistas olímpicos Serginho, do vôlei e Robert Scheidt do iatismo).

Além de toda a luta e evolução das mulheres no esporte, listamos 5 ótimos motivos para você fazer questão de ver as mulheres nesta Olimpíada:

1)    Na última edição olímpica, 2 dos 3 ouros brasileiros foram delas

Em Londres, as mulheres foram as verdadeiras donas das medalhas mais importantes para o Brasil. O vôlei feminino se tornou bicampeão olímpico e a judoca Sarah Menezes conseguiu uma medalha inédita para o judô feminino - aliás, a primeira medalha que o país conquistou nos Jogos veio dela. 

Para os Jogos do Rio, a expectativa é ainda melhor. As mulheres têm mais chances de medalhas do que os homens nos esportes que são carros-chefes do Brasil. No judô, as mulheres se destacam e contam com três atletas entre as cinco melhores do mundo. Sarah Menezes (até 52 Kg) e Rafaela Silva (até 57 Kg) são algumas das maiores esperanças de medalhas de Brasil nos Jogos.

O vôlei feminino também está com mais chances do que o masculino, podendo conquistar um tricampeonato inédito para o esporte brasileiro.

As meninas do handebol foram campeãs do mundo em 2013 e são mais favoritas do que eles na conquista por uma medalha.

E no atletismo, esporte mais tradicional dos Jogos, a saltadora Fabiana Murer é, sem dúvida, a melhor chance de ouro para o Brasil e vem de uma sequência muito boa de torneios e recordes alcançados - e, com a ausência de uma das maiores adversárias, a russa Yelena Isinbayeva, ela tem ainda mais chances de subir ao lugar mais alto do pódio.

2)    Última chance de ver o trio Formiga, Cristiane e Marta em ação

Um trio de ferro que persegue o ouro olímpico desde 2004, mas sempre parou na trave.

Formiga defende a seleção há 20 anos, participou de todas as edições olímpicas da modalidade e disputa sua sexta olimpíada em casa.

Cristiane é a maior artilheira olímpica do futebol feminino na Olimpíada, com 12 gols marcados. E Marta, dispensa apresentações: melhor jogadora do mundo por cinco vezes consecutivas e maior goleadora da seleção brasileira (ultrapassando Pelé) com 101 gols.

São mulheres que lutam não só por uma medalha de ouro, mas sim por reconhecimento e valorização do futebol feminino.

  3) Nas duas maiores potências olímpicas, elas dominam

EUA e China, as maiores potências olímpicas do mundo, terão mais atletas mulheres do que homens em suas delegações.

Em 2012, foram elas que dominaram os ouros de ambos os países. As americanas conquistaram 29 medalhas de ouro (63% do total do país) e a China levou 20 medalhas douradas pra casa do total de 37.

E os Estados Unidos, desta vez, terão ainda um recorde conquistado por elas: a maior delegação de mulheres da história olímpica. São 292 atletas, que representam mais de 52% de toda a delegação americana.

Sendo assim, no Rio de Janeiro, o protagonismo deve ser delas, mais uma vez.

4) Serena Williams

Essa pode ser a última vez que você vai ver Serena Williams brilhando em quadra durante uma Olimpíada.
Mais do que isso, ela pode conquistar mais um feito inédito, um novo recorde para sua coleção: pode ser a primeira tenista na história a ganhar um bicampeonato olímpico.

Serena é dona de 4 ouros olímpicos, três nas duplas e um em simples, conquistado em Londres (2012). Uma das maiores tenistas de todos os tempos (dentro e fora da quadra, lutando por igualdade no esporte) estará em solo brasileiro e não podemos perder a chance de admirá-la.

5) Preço dos ingressos

Infelizmente, a Olimpíada também faz grande diferenciação entre homens e mulheres na hora de colocar o preço dos ingressos – as entradas para assistir as finais delas podem custar até 80% menos que para as finais deles, na mesma modalidade.

Olhando essa diferença como uma oportunidade, podemos aproveitar isso e dar uma lição nos organizadores, mostrando que há sim interesse pelo esporte feminino e que ele é muito vitorioso. Vamos lotar as arquibancadas e torcer por elas!

*Por Roberta Cardoso e Renata Mendonça, co-fundadoras do Dibradoras, projeto que visa dar mais visibilidade às mulheres no esporte.
 

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