Após classificatórias, Ginástica terá dias intensos na disputa por medalhas

Rodrigo Caron

Rodrigo Caron

  • Flávio Florido/UOL

    Equipe brasileira se abraça após o final da apresentação na eliminatória da ginástica

    Equipe brasileira se abraça após o final da apresentação na eliminatória da ginástica

Embora um pouco abaixo do esperado, a participação brasileira não foi ruim. Com exceção dos irmãos Hypólito, que não estiveram bem, os representantes brasileiros mantiveram as expectativas e estarão em duas finais.

No masculino, Diego Hypólito, após um período de preparação bem conturbado, com diversas lesões e a lembrança da perda da medalha em Pequim, não suportou a pressão e sofreu uma queda no solo, sendo eliminado dos jogos.

Já Sergio Sasaki e Arthur Zanetti fizeram uma ótima competição. Sasaki conseguiu 89,132 pontos na classificação do individual geral, a melhor marca de sua carreira, e está classificado em 11º lugar para a final do individual geral, bem próximo dos maiores nomes da modalidade. Apesar da chance de medalha ser mínima, o resultado é importante, principalmente, para as perspectivas da Olímpiada no Rio, em 2016. Zanetti conseguiu 15,616 pontos nas argolas e se classificou para a final em 4º lugar. O brasileiro realizou uma série um pouco mais simples na classificatória, e ainda tem 3 décimos para colocar na sua nota de dificuldade. Com este acréscimo, sua nota pode subir o suficiente para trazer uma medalha.

No feminino, Daniele Hypólito esteve bem. Com erros no solo, no salto e nas paralelas, ela ficou bem abaixo da sua pontuação geral normal, e está fora da final olímpica.

A equipe feminina, embora prejudicada pelo fraco desempenho da sua principal atleta, não esteve mal e passou pelos aparelhos dentro das expectativas. O Brasil, que se classificou na última vaga e perdeu atletas muito fortes no seu caminho até Londres, não tinha muitas perspectivas de atingir uma colocação melhor.

Daiane dos Santos, por exemplo, esteve muito bem, dentro de suas condições físicas e técnicas, que não são as ideais. Daiane passou pelos aparelhos sem cometer erros e fez uma ótima competição, parecendo estar a vontade, agora que não tinha muita pressão nos ombros.

A partir de agora, as competições sempre valerão medalhas, e por isso ficam cada vez mais emocionantes.

No masculino tivemos grandes surpresas: China e Japão, que eram tidas como favoritas, não estiveram bem e se classificaram em 5º e 6º lugares, respectivamente. Como nas finais as pontuações são zeradas, as duas equipes têm chances, mas terão que superar a pressão para se posicionarem entre as primeiras. A fortíssima equipe dos EUA se classificou em primeiro e tornou-se ainda mais favorito.

Os destaques individuais, além de Arthur Zanetti, ficam por conta do tricampeão mundial, o japonês Kohei Uchimura, que não esteve bem no primeiro dia. Uchimura se classificou em 9º lugar para a final individual geral, e conseguiu apenas uma final no solo, bem abaixo do esperado. Destaque também para o búlgaro Iordan Iovtchev, que, aos 38 anos, está na sua 5ª Olimpíada, e conseguiu a última vaga na final das argolas. O holandês Epke Zonderland, que, após fracasso no mundial, foi convidado a participar das Olimpíadas, se classificou para as finais em primeiro lugar na barra fixa. A série do holandês é muito acrobática e tem o maior grau de dificuldade da competição. Por fim, destaque para o chinês Zou Kai, que conseguiu três medalhas de ouro em 2008 e está novamente classificado para as finais do solo e da barra.

No feminino, as favoritas mantiveram as expectativas. EUA e Rússia estiveram bem próximos e prometem um grande duelo nas finais. China e Romênia correm por fora, mas em uma final onde não há descartes de nota, tudo pode acontecer.

Os destaques individuais ficam por conta das norte-americanas. Alexandra Raisman ficou em segundo na classificação individual geral, e tirou sua compatriota Jordyn Weber, atual campeã do mundo, da disputa pela medalha. Além dela, temos a romena Catalina Ponor, que estará nas finais do solo e da trave. Ponor pode voltar a conquistar uma medalha olímpica, oito anos depois de  ter conquistado o ouro nestes dois aparelhos em Atenas. A romena Sandra Izbasa, que defenderá seu titulo olímpico no solo, a chinesa He Kexin, que defende seu titulo nas paralelas, e as jovens russas, Aliya Mustafina e Viktoria Komova, são outros destaque e vão muito forte para a final da competição individual geral.

Rodrigo Caron

Praticou ginástica artística por mais de 15 anos. Formado em educação física, se tornou técnico e começou a carreira em Bauru, com uma passagem de um ano nos EUA (Academia The Colony Gymnastics- Dallas TX). Na volta ao Brasil, trabalhou na Associação Brasileira A Hebraica em São Paulo e, atualmente, é técnico no município de Boituva (SP). Em 2008, virou árbitro internacional de ginástica e já esteve em competições internacionais, como no Pan-Americano juvenil de 2009 e a Copa do Mundo de Stuttgart de 2010. Nas Olimpíadas-2012, é comentarista do UOL

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