Resultados do Brasil em Londres mostram que todos podem pagar por uma decisão mal tomada

Roberto Shinyashiki

Roberto Shinyashiki

  • AFP PHOTO/William WEST

    Robert Scheidt e Bruno Prada acabaram fazendo a escolha errada na vela e ficaram com o bronze

    Robert Scheidt e Bruno Prada acabaram fazendo a escolha errada na vela e ficaram com o bronze

No domingo, uma decisão equivocada custou talvez a medalha de ouro ou prata para Robert Scheidt e Bruno Prada na vela, já que a medalha de ouro foi conquistada pela dupla sueca que estava em terceiro.

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Concordo com Scheidt que a frustração maior ficou para a dupla inglesa, que decidiu marcar os brasileiros e foi superada pelos suecos.

Esporte é tomar decisão a todo momento. Quem decide melhor ganha o campeonato. Quem decide errado sempre paga caro. E quem não decide leva a fama de amarelão.

Uma partida ou competição é uma serie de escolhas. Arremesso ou passo a bola? Ataco ou defendo? Driblo pela direita ou pela esquerda? Substituo o goleiro ou não?

O  José Roberto Guimarães, técnico da seleção feminina de vôlei, deve ter pensando muito: insisto com a levantadora ou troco?

A Hortência teve de analisar: contrato um técnico famoso como fizeram no masculino ou invisto em um novo treinador talentoso? A mesma Hortência que teve de decidir :será que dispenso a minha melhor jogadora ou não?

A Fabiana Murer: espero o vento acalmar ou arrisco assim mesmo? O Bernardinho: será que levo o Ricardinho que já me fez falta em 2008?

Mas sem dúvida, há decisões tomadas que merecem arrependimento. A maior dos últimos tempos foi de Jade Barbosa, que brigou com a CBG (Confederação Brasileira de Ginástica) e acabou cortada da Olimpíada de Londres. Quanto ela perdeu a longo prazo por pensar somente no momento?

E a Rafaela Silva, agora em Londres, escolhendo usar um golpe indevido e sendo desclassificada no judô?

Sem dúvida, tenho certeza de que os nossos iatistas decidiram o que pareceu melhor.

Lembro-me do Zagallo, ex-técnico da seleção masculina de futebol, ser questionado em uma entrevista se hoje ele colocaria o Ronaldo para jogar depois de o Fenômeno ter tido uma crise convulsiva poucas horas antes da final da Copa de 1998 contra a França. O mestre respondeu: não  importa o que eu penso agora, o que importa é que eu decidi o que me pareceu melhor naquele momento.

Certamente muita gente grande tem de repensar as suas decisões para não pagarmos caro na próxima Olimpíada!

O que voce acha das escolhas dos nossos dirigentes?

Roberto Shinyashiki

Psiquiatra com pós-graduação em Administração de Empresas e doutorado em Administração e Economia, viaja o Brasil e o mundo fazendo palestras, conduzindo seminários e atuando como consultor para empresários, políticos e esportistas. É autor de vários best sellers, entre eles “Sucesso É Ser Feliz” e “Problemas? Oba!” e já vendeu mais 6 milhões de livros.

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