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Bryant, Federer, Nadal e Ronaldinho eram as celebridades dos Jogos

Bryant, Federer, Nadal e Ronaldinho eram as celebridades dos Jogos

Veja outros especiais em Pequim

25/08/2008 - 09h30

Celebridades do esporte viram fãs na Olimpíada, mas sofrem assédio dos chineses

Rodrigo Bertolotto
Em Pequim (China)

Eles já dominam o noticiário esportivo na temporada regular, e decidiram roubar a cena também na Olimpíada, evento que acontece só de quatro em quatro anos. Levaram os seguidores chineses ao delírio e também fizeram o papel de fãs.

A NBA, por exemplo, desfilou seus ídolos pelo mercado consumidor da China. Apesar de eliminada pela Lituânia nas quartas-de-final, a China de Yao Ming teve mais mídia que os mitos destes Jogos: o nadador norte-americano Michael Phelps e o velocista jamaicano Usain Bolt. O espanhol Pau Gasol também foi assediado, mas deu uma de tiete nos jogos do compatriota tenista Rafael Nadal.

Mas nenhum basqueteiro esteve mais em evidência do que Kobe Bryant. Passeando sobre os rivais em quadra (só a final com os espanhóis foi apertada), ele pôde assistir ao vôlei de praia, boxe e futebol. Lá conversou com nadadoras dos EUA, mas teve de enfrentar uma turba de voluntários querendo tirar fotos e pedindo autógrafos.

Bryant, que na cerimônia de abertura dos Jogos recebeu tantos aplausos quanto Ming, queria ver o brasileiro Ronaldinho, de quem se diz fã, mas acabou assistindo ao futebol do argentino Messi, que fez um capítulo à parte com os chineses fazendo coro de "Mexi, Mexi". Quem perseguiu o brasileiro aos gritos de "Lonaldilo" foram os fanáticos chineses, seja em Shenyang, Qinhuangdao, Xangai ou Pequim, as quatro cidades por onde a seleção passou em sua campanha olímpica.

A ida dos futebolistas para Pequim foi das mais conturbadas, com os clubes europeus disputando queda de braço com a Fifa para que eles estivessem na pré-temporada do chamado Velho Continente. Prevaleceu a regra, e os jogadores puderam se exibir para o público do país com maior população do mundo.

Apesar de Pelé estar na China na missão de promover a candidatura do Rio para os Jogos de 2016, quem teve mais mídia foi o argentino Diego Maradona. Ele assistiu a todas as partidas de sua seleção, acompanhando o desempenho de seu genro Aguero em campo. E também testemunhou jogos das "Leonas", como é chamada a equipe de hóquei na grama da Argentina, que acabaram com o bronze em Pequim, depois de um bronze em Atenas-2004 e uma prata em Sydney-2000.

O tênis, que voltou ao programa olímpico em Seul-1988, foi bem exemplar. Os dois maiores astros, Roger Federer e Rafael Nadal, abrilhantaram o torneio olímpico, que contou pontos para o ranking mundial, no qual o espanhol tiraria do suíço do primeiro posto de qualquer forma durante os Jogos. Nadal ainda levou o ouro no individual, enquanto Federer caiu nas quartas-de-final. Coube ao ex-número 1 do mundo o ouro de consolação nas duplas com Stanislas Wawrinka.

Nadal e Federer seguiram roteiros bem diferentes em Pequim. Já na cerimônia de abertura, o espanhol estava no meio da delegação espanhola, enquanto o suíço era o porta-bandeira helvético. Nadal foi para a Vila Olímpica e enfrentou sessões de autógrafos e fotos com atletas dos cinco continentes. Já Federer quis distância do "espírito olímpico" pela terceira vez consecutiva (esteve em Sydney-2000, onde conheceu sua esposa, e em Atenas-2004). Mesmo com o esquema para se proteger da tietagem, o suíço encarou voluntários e suas máquinas fotográficas no estádio de tênis.

E sobrou espaço até para outra celebridade esportiva que nem esteve em competição: o inglês David Beckham representando Londres para os Jogos de 2012, em um ônibus de dois andares, símbolo da capital inglesa.

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