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Delegação de 2008 é a mais laureada da história

Delegação de 2008 é a mais laureada da história

China usa Jogos de Pequim para mostrar sua nova cara ao mundo

07/08/2008 - 15h52

Brasil chega a Pequim com maior número de campeões mundiais da história

Bruno Doro
Em Pequim (CHN)

Um ciclo completo impulsionado pelo dinheiro da Lei Piva fez o Brasil chegar a Pequim com a delegação mais laureada da história olímpica. Com mais dinheiro para treinamentos e viagens do que no passado, nos quatro anos que antecedem os Jogos Olímpicos chineses, que começam nesta sexta-feira, os atletas brasileiros conquistaram 12 títulos mundiais.

CAMPEÕES MUNDIAIS 2004-08
2005
Diego Hypólito
João Derly
Natália Falavigna
Robert Scheidt (Laser)
Márcio/Fábio Luiz
2006
Vôlei masculino
2007
Diego Hypólito
João Derly
Tiago Camilo
Luciano Correa
Scheidt/Prada (Star)
Ricardo Winicki (RS:X)

No ciclo de Atenas-2004, o primeiro com dinheiro da Lei Piva, o número já impressionava, com oito títulos em dois anos. Antes, em Sydney-2000 e Atlanta-1996, o Brasil chegou sempre com seis campeões mundiais.

O número de 2008 poderia ser ainda maior se alguns campeonatos que recebem o mesmo tratamento de mundiais pelos atletas brasileiros fossem levados em conta. Somando, por exemplo, os mundiais de natação de piscina curta e o circuito mundial de vôlei de praia, o número sobe para 22 títulos.

Para o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr, a expectativa para o país na China tem a ver com quantidade. "Temos que mirar sempre a superação. E superar o resultado de Atenas será muito bom", aspira.

As grandes estrelas do grupo são os judocas. Modalidade tradicional do país em Jogos Olímpicos, em Mundiais o país não possuía nenhuma medalha de ouro até 2005. Coube ao gaúcho João Derly quebrar o tabu e, no Cairo, no Egito, levar o Brasil pela primeira vez ao topo do pódio na competição - ele ainda acabou eleito o melhor judoca do torneio, em todos os pesos. Em 2007, no Rio de Janeiro, foram mais três títulos, outro com Derly e os outros com Tiago Camilo e Luciano Correa.

Outra modalidade que conquistou seu primeiro título mundial no período foi o taekwondo, com Natália Falavigna. Em 2004, ela chegou perto da medalha olímpica em Atenas, mesmo com o pé quebrado. Um ano depois, não deixou a chance escapar e levou o ouro no Mundial de Madri.

Na vela e na ginástica, o Brasil continuou na elite. Com Daiane dos Santos sem resultados expressivos desde 2004, Diego Hypólito assumiu o posto de estrela da modalidade e conquistou o mundo duas vezes, sempre no solo, em 2005 e 2007. Robert Scheidt, bicampeão olímpico também impressionou: foi campeão na classe Laser em 2005 e na classe Star, ao lado de Bruno Prada, em 2007.

Nenhum deles, porém, chegou tão perto da perfeição quanto o vôlei masculino. Sob o comando de Bernardinho, o Brasil conquistou o bicampeonato mundial, em 2006, no Japão. Com o treinador, desde 2001, o Brasil conquistou 21 títulos. Um detalhe, porém, preocupa: o pior resultado da era Bernardinho veio justamente na última competição antes de Pequim-2008, com o quarto lugar na Liga Mundial.

Mesmo com o histórico contundente, o presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Carlos Arthur Nuzman, prefere apenas comemorar o que for realizado. "Nas Olimpíadas, os resultados são imprevisíveis. Temos que aplaudir os resultados que eles fizerem", diz o dirigente.

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