UOL Olimpíadas 2008 Façanha
 
17/08/2008 - 00h

Phelps cumpre protocolo e se torna o maior atleta olímpico da história

Bruno Doro

Em Pequim (CHN)

Cair na piscina do Cubo D'Água neste domingo era apenas uma formalidade para o maior atleta olímpico de todos os tempos. Mas Michael Phelps fez questão de fechar o maior desempenho de um atleta na história dos Jogos Olímpicos com mais uma atuação de gala.

Na final do revezamento 4x100 m medley, que fechou a natação em Pequim-2008, o time norte-americano quebrou o recorde mundial da prova. Phelps, mais uma vez, foi fundamental. Na segunda passagem, com Brendan Hansen nadando peito, os EUA foram ultrapassados pelo time do Japão, com Kosuke Kitajima, e da Austrália. Phelps entrou na água em terceiro lugar e entregou para Jason Lezak, o herói do 4x100 m livre, em primeiro.

Flávio Florido/UOL

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Phelps: 8 ouros, 7 recordes

O velocista só precisou, então, manter a vantagem. Nem mesmo a investida de Eamon Sullivan, recordista mundial na distância, no final, serviu para parar os EUA, que fecharam os 400 metros da prova em 3min 29s34. A Austrália terminou com a medalha de prata, com 3min30s04. O Japão fechou em terceiro, com 3min31s18.

Foi o oitavo ouro do fenômeno de 23 anos, feito nunca antes conseguido por nenhum atleta. Com isso, encerra sua busca pelos livros de recordes. Com os oito ouros, ele assume o lugar de Mark Spitz, que, com sete títulos olímpicos, é o maior atleta olímpico pré-Phelps. Ele já tinha superado o recorde de ouros em mais de uma Olimpíada e o de número de recordes mundiais quebrados na natação.

Antes do oitavo ouro, ele já tinha se tornado o maior atleta olímpico da história, com o maior número de ouros olímpicos. Chega ao fim dos Jogos de Pequim com 14 ouros em duas edições dos Jogos. O segundo grupo da lista está longe, com nove títulos, formada por Larysa Latynina, da ginástica, Paavo Nurmi e Carl Lewis, do atletismo, e o próprio Spitz.

"Acho que isso mostra que não importa o que você imagine, tudo pode acontecer. Se você sonhar grande, tudo é possível. Eu vi tantas pessoas afirmando que o que Spitz fez em 1972 não poderia ser feito novamente, que não ia acontecer de novo, só mostra que tudo é possível", afirma o nadador.

A importância de Phelps para os Jogos de Pequim é tão grande que as provas de natação foram completamente adaptadas para ele. Para que os Estados Unidos assistissem ao fenômeno ao vivo, por exemplo, as finais foram transferidas do período da tarde, como sempre acontecia, para a manhã. Com isso, as redes de TV norte-americanas passaram a mostrar Phelps em horário nobre.

"Um amigo meu me contou que estava assistindo a um jogo de beisebol e que todos pararam para me ver nadando do telão. Cara, num jogo de beisebol! Às vezes, tenho que me beliscar para saber se estou sonhando. Mas não estou. Esse é o mundo real".

No mundo real, aliás, só uma marca sobreviveu ao furacão Phelps nos Jogos de Pequim: o recorde absoluto de número de medalhas, que hoje pertence à ginasta russa Larysa Latynina, com 18 pódios e nove ouros. Phelps fecha Pequim com 14 ouros e 16 medalhas no total. Missão para Londres-2012?

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