Mintonette

Em 1895, quando foi criado pelo professor norte-americano de educação física William C. Morganem, o vôlei chamava Mintonette. A idéia era dar aos homens de mais idade uma opção menos cansativa e sem tanto contato físico que o basquete, esporte mais popular da época. A rede ficava a uma altura de 1,83 metros do chão (mais baixa do que qualquer jogador da seleção brasileira de hoje) e a primeira bola usada era, na verdade, a câmara de uma bola de basquete.

Quebra de hegemonia

A história do vôlei olímpico, que começou em Tóquio-1964, foi marcada por hegemonias no início, mas há agora o equilíbrio. No masculino, a União Soviética dominou até boicotar Los Angeles-1984, vencida pelos Estados Unidos, que repetiram o feito em Seul-1988. No feminino, soviéticas e japonesas fizeram as quatro primeiras finais. Em Atlanta-1996, nem russos ou norte-americanos, no masculino, e russas ou japonesas, no feminino, ganharam medalhas.

Pontuação

No início do século, cada set ia a 21 pontos; em 1917, passou a acabar com 15, não precisando abrir dois pontos de vantagem sobre o adversário; a partir de 1922, foi implantada a regra que impedia o set de terminar sem que um time tivesse pelo menos dois pontos a mais que o outro; desde 2002, os sets terminam com 25 pontos, sendo necessária a vantagem de dois pontos à frente do oponente, inclusive no set desempate, ou tié break, que encerra-se com 15 pontos.

VOCÊ SABIA?
  • O esporte está tão equilibrado que apenas um país no masculino e um no feminino subiu ao pódio olímpico duas vezes nos anos 90: holandeses e cubanas, que jamais haviam conquistado medalhas nessas categorias até Barcelona-1992 (os cubanos ganharam bronze em Montreal-1976).
  • O vôlei brasileiro, considerando todas as modalidades e categorias, entre os anos de 2002 e 2007, em 270 competições disputadas, esteve no pódio 330 vezes, conquistando 160 medalhas de ouro, 91 de prata e 79 de bronze. É uma média superior a um pódio por competição, o que somente é possível, com o sucesso das duplas no vôlei de praia.
  • Assim como no futebol, quando o vôlei ganha notoriedade na mídia, expressões são criadas por locutores e narradores que transmitiam essas partidas, em especial das seleções masculinas e femininas. Na década de 90, o falecido jornalista e narrador esportivo, Marco Antonio Siqueira de Mattos cunhou a expressão “afunda”. Marco fazia referência ao ataque brasileiro e enquanto o atleta se preparava para tal, ele antecipava a jogada, quase que pedindo: “Afunda! Afunda!”. Com a cortada e o ponto devidamente conquistado, sentenciava pausadamente: “Afundou!”. Marco faleceu em 2004, vítima de um acidente automobilístico, deixando saudades dos tempos em que o vôlei se fortaleceu como segundo esporte do povo brasileiro.
  • Quando ainda existia a vantagem, a decisão masculina de Montreal-1976 foi a mais longa final da história das Olimpíadas: a Polônia precisou de quatro horas e 36 minutos para derrotar a URSS e ficar com o ouro. Com a mudança das regras, dificilmente este recorde será batido.
  • Após retomar o serviço de saque com a posse da bola, o time não pontuava e sim adquiria a vantagem ou o direito de iniciar a jogada, podendo após sacar, confirmar o ponto. Por conta disso, os jogos poderiam demorar muito, pois em casos de alternância de vantagem, sem a confirmação da mesma, nenhuma das equipes pontuavam.
  • Não é de hoje que o vôlei tem regras controversas. No início, o sacador tinha uma segunda chance depois de errar o saque; a partir de 1912, entretanto, quem errasse o saque era substituído. O número de jogadores também mudou: no início, era ilimitado, e as equipes jogavam com oito ou nove de cada lado; só em 1918 foi determinada a quantidade que é usada até hoje.
  • As Filipinas não se destacam no cenário mundial do vôlei, mas têm uma contribuição importante para a modalidade. Foi no país, em 1916, que uma jogada ofensiva feita por um levantamento e uma cortada foi criada.