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Esgrima

AFP

Estados Unidos ascendem como uma das novas forças

Confira o desempenho de cada brasileiro

26/08/2008 - 12h45

Pequim marca declínio da supremacia européia na esgrima

Do UOL Esporte

Em São Paulo

O torneio de esgrima dos Jogos Olímpicos de Pequim marcou a globalização de um esporte tradicionalmente dominado por países europeus. Ainda que França e Itália tivessem mantido o domínio, foram ameaçados pela ascensão dos Estados Unidos e dos países da Ásia, que levaram 10 das 30 medalhas em disputa – cinco a mais do que em Atenas-2004.

O Brasil, que teve a participação de dois atletas em categorias diferentes, não chegou a provar que está incluído neste movimento. A principal esperança, o paulista Renzo Agresta, de 23 anos, bronze no Pan e um dos 50 melhores do mundo no sabre, caiu na segunda rodada.

Agresta já havia competido em Atenas-2004 e tido o mesmo desempenho final: a 32ª posição. Em Pequim, ganhou do egípcio Samir Mahmoud por 15 toques a 8 na estréia, mas perdeu para o italiano Luigi Tarantino, segundo do ranking mundial, logo na seqüência, e pelo mesmo placar.

Apesar de vencer um combate e ser derrotado por um dos melhores do mundo, Agresta não teve o mesmo trunfo do estreante João Souza, eliminado logo na primeira luta. Isso porque o gaúcho de 23 anos perdeu para o esgrimista que viria a ser medalha de prata no florete: o japonês Yuki Ota.

Situação que confirma o novo perfil globalizado da esgrima, já que o italiano Tarantino ficou nas quartas-de-final em sua categoria. Ota, por sua vez, só parou na final, em que foi derrotado pelo alemão Benjamin Philip Kleibrink, então vice-campeão mundial.

Omar Torres/AFP
Renzo Agresta passou pela primeira, mas caiu na segunda luta diante de italiano
VEJA COMO FOI A DERROTA DE RENZO
VEJA FOTOS DA LUTA DO BRASILEIRO

Mas o espadachim asiático que mais se destacou foi o chinês Man Zhong, que, diante da torcida, conquistou o primeiro ouro do país na esgrima masculina. Antes de derrotar o francês vice-campeão mundial Nicolas Lopez na final do sabre individual masculino, Zhong eliminou Tarantino, o algoz de Agresta, nas quartas-de-final.

No masculino, a única categoria que não sofreu uma “invasão” asiática foi a espada, em que o italiano Matteo Tagliarol venceu o francês Fabrice Jeannet na final. Para completar o pódio, o espanhol Jose Luis Abajo ficou com o bronze e fez história com a primeira medalha olímpica na esgrima para o seu país.

Nas disputas masculinas por equipes, a França conquistou os seus dois ouros na esgrima. Os times franceses venceram na espada e no sabre – neste último, derrotaram os norte-americanos, que chegaram à final contrariando as apostas.

Já no feminino, as competições coletivas foram dominadas por russas e ucranianas, que levaram ouro no florete e no sabre, respectivamente. Os Estados Unidos marcaram presença nos dois pódios, levando prata no florete e bronze no sabre.

O terceiro lugar no sabre por equipes teve gosto de derrota para as norte-americanas. Mariel Zagunis, Sada Jacobson e Becca Ward certamente esperavam ficar em primeiro depois do pódio histórico no individual, em que as três fizeram a trinca. Mas o “dream team” falhou na semifinal diante das ucranianas, que acabaram conquistando o título olímpico.

O grande destaque do torneio feminino foi a italiana Maria Valentina Vezzali, que se tornou a primeira tricampeã olímpica da história da esgrima. Na final do florete individual, ela sofreu para derrotar a sul-coreana Nam Hyunhee por 6 a 5. Outro confronto disputado foi a final da espada, em que a alemã número um do mundo Britta Heidemann conquistou o ouro em cima da romena Ana Maria Branza, número dois do mundo.

Após a despedida da esgrima dos Jogos de Pequim, os franceses foram os maiores vencedores, com dois ouros e duas pratas, seguidos pela Itália, com dois ouros e cinco bronzes. A Hungria, um dos países de maior tradição no esporte, ficou apenas com uma medalha de bronze.

Já os Estados Unidos tiveram o melhor desempenho de todos os tempos na esgrima olímpica, com seis medalhas: uma de ouro, três de prata e duas de bronze. Japão e Coréia do Sul, com uma medalha cada, e a China, com duas, completam o esquadrão que promete fazer frente à hegemonia européia nos próximos anos.

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