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Basquete

26/08/2008 - 11h02

EUA vencem os dois torneios olímpicos e retomam o trono do basquete mundial

Do UOL Esporte

Em São Paulo

Foi um show. Após Pequim-2008, não há como questionar a superioridade do basquete norte-americano, que saiu invicto das competições masculina e feminina. O time dos astros da NBA, agora apelidado de “redeem team” (algo como time da redenção), rebateu as críticas negativas com um passeio direto até a final olímpica.

Só houve um confronto em que a seleção norte-americana foi realmente ameaçada. A grande final contra a Espanha, atual campeã do mundo, comprovou o bom nível de ambas as equipes, quando o placar superou os três dígitos nos dois lados da quadra, terminando em 118 a 107.

Decidindo as duas medalhas de ouro contra as equipes campeãs mundiais (Espanha no masculino, Austrália no feminino), os norte-americanos consagraram sua nova geração de jogadores e retomaram a coroa de reis do basquete, se redimindo do tropeço dos homens em Atenas-2004. Foi a 13ª medalha de ouro da história do basquete masculino dos EUA.

BRASIL FRACASSA
EFE
Adrianinha tentou, mas Brasil ficou em 11º
VEJA A TABELA DO TORNEIO
BASSUL ASSUME CULPA

As tetracampeãs da seleção feminina também não tiveram misericórdia com as adversárias. A vitória contra a Austrália na final consagrou o time de Lauren Jackson e Suzy Batkovic como “freguesas olímpicas”. Nas três últimas decisões do basquete feminino em Olimpíadas, os dois times se enfrentaram, com três vitórias dos EUA.

Na primeira fase, a equipe aplicou uma lavada nas donas da casa, por 108 a 63, já mostrando que não estava para brincadeira. Nas quartas, a Coréia do Sul, time mais fraco do Grupo A, teve o mesmo destino ao enfrentar as líderes norte-americanas, perdendo por 104 a 60.

A diferença no placar só foi batida pelo time masculino, que encerrou a parte inicial do torneio olímpico humilhando o time alemão, dos craques Nowitzki e Kaman, por 106 a 57 – nada menos que 49 pontos à frente, com direito a desclassificar a Alemanha da competição.

Brasil: a seleção dos “apagões”

Já para o Brasil, que foi a Pequim-2008 representado apenas pela seleção feminina, as Olimpíadas foram um pesadelo a ser esquecido. O time do técnico Paulo Bassul fez a segunda pior campanha do torneio olímpico, com quatro derrotas em cinco jogos, superando apenas o time de Mali, que não venceu na competição.

O Brasil foi bipolar. Em certas oportunidades, via-se garra, foco, determinação. Num momento seguinte, as jogadoras pareciam se perder em quadra, demonstrando verdadeiros “apagões” táticos. Enfrentando adversárias supostamente mais fracas, a seleção perdeu o controle das partidas, mesmo estando à frente no placar, em derrotas como no jogo contra a Letônia, que virou o placar no último lance, a sete segundos para o fim, numa infiltração mortal da ala Jekabsone.

A equipe brasileira deixou o torneio com uma média de 67,4 pontos por jogo. A jogadora mais completa do time foi a armadora Adrianinha, com 56 pontos, 14 assistências e 24 rebotes. A pivô Kelly foi a cestinha brasileira, com 73 pontos.

Depois de ser derrotado pela Rússia e ficar sem chances de passar à próxima fase do torneio, o time parece ter se livrado do peso de decidir seu futuro e conseguiu uma vitória tardia, contra Belarus. O único trunfo brasileiro serviu como desabafo para as jogadoras e toda a comissão técnica, que saiu de Pequim-2008 dizendo ter cumprido sua função.

O time da redenção

EUA DE VOLTA AO TOPO
Dusan Vranic/AP
Wade, o cestinha do time dos EUA
Thomas Coex/AFP
Lebron James, forte nos 3 pontos
Thomas Coex/AFP
Bryant (d) e Pau Gasol na final

Nada nem ninguém conseguiu parar a seleção masculina de basquete dos EUA. Mesmo os campeões mundiais da Espanha, que vinham invictos na primeira fase, caíram perante o basquete quase “globethrotter” dos norte-americanos.

Na final olímpica, segundo encontro dos times em Pequim-2008, a história claramente seria diferente. Na primeira fase, a Espanha poderia perder e mesmo assim continuaria no torneio. Na final, a medalha de ouro estava em jogo, e os irmãos Pau e Marc Gasol não facilitariam a vida dos EUA. Os espanhóis chegaram a liderar no placar, porém foram superados, mesmo lutando até o último instante de jogo.

Com a prata, o espanhol Ricky Rubio, de 17 anos, se tornou o mais jovem jogador a ganhar uma medalha olímpica no basquete. O bronze ficou com a equipe argentina, que em Atenas tinha conseguido o feito de eliminar os EUA na semifinal olímpica.

Ao final do torneio olímpico, a média de pontos por jogo do “redeem team” ficou em 106,3. A seleção feminina, também com a maior média do seu torneio, ficou em 94,3 pontos por partida.

Sem um ouro olímpico desde Sydney-2000, a equipe masculina dos EUA chegou a Pequim decidida a restabelecer sua condição de maior time de basquete do mundo. Não à toa o apelido da equipe liderada por Kobe Bryant faz uma referência direta à redenção. O jejum de oito anos se tornara insuportável para a nação criadora da maneira moderna de se jogar basquete, e era preciso uma retratação.

Uma a uma, grandes equipes pereceram frente ao espetáculo que mistura técnica e basquete de rua, unidos a uma sede insaciável de marcar pontos até o último segundo de partida, não importasse qual fosse a vantagem em relação ao adversário. A velocidade trazida das quadras da NBA surpreendeu até mesmo a equipe da Grécia, também muito rápida em quadra. Toda a lógica das defesas européias caía nos contra-ataques fatais dos norte-americanos.

A seleção feminina norte-americana não ficou para menos. Bateu pela terceira vez seguida as campeãs mundiais da Austrália, que chegaram invictas à final, não deixando restar dúvidas sobre quem são os melhores do planeta no basquete atual.

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