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Adhemar bicampeão olímpico

No território brasileiro, o atletismo começou a ser praticado no final do século 19. A primeira competição foi realizada em 1914, no clube Espéria, na cidade de São Paulo. A prova, que tinha competições em 12 eventos, foi vencida por um dinamarquês radicado na cidade: Islovard Rasmussen. Em 1921, o Clube Atlético Paulistano inaugurou o primeiro estádio para a prática do atletismo.

A estréia olímpica do Brasil na modalidade foi em Paris-1924. A equipe de oito atletas participou de provas de velocidade, saltos e da corrida de 5.000 m com obstáculos.

A primeira medalha brasileira no atletismo só veio em Helsinque-1952, com Adhemar Ferreira da Silva, que conquistou o ouro no salto triplo após quebrar o recorde mundial da prova quatro vezes. O Brasil ainda ganhou outra medalha, de bronze, com José Telles da Conceição no salto em altura.

AS MEDALHAS DO ATLETISMO
OURO
  • Helsinque-1952

    Salto triplo masc. - A. Ferreira

  • Melbourne-1956

    Salto triplo masc. - A. Ferreira

  • Los Angeles-1984

    800 m rasos masc. - J. Cruz

PRATA
  • Cidade do México-1968

    Salto triplo masc. - N. Prudencio

  • Seul-1988

    800 m rasos masc. - J. Cruz

  • Sydney-2000

    Revez. 4 x 100 m rasos masc. - A. Domingos, C. Quirino, E. Ribeiro e V. Lenílson

BRONZE
  • Helsinque-1952

    Salto em altura masc. - J. Telles da Conceição

  • Munique-1972

    Salto triplo masc. - N. Prudencio

  • Montréal-1976

    Salto triplo masc. - J. C. de Oliveira

  • Moscou-1980

    Salto triplo masc. - J. C. de Oliveira

  • Seul-1988

    200 m rasos masc. - R. Caetano

  • Atlanta-1996

    Revez. 4 x 100 m rasos masc. - A. Domingos, A. de Oliveira, E. Ribeiro e R. Caetano

  • Atenas-2004

    Maratona masc. - V. Cordeiro

Adhemar repetiu o feito em Melbourne-1956, alcançando mais um recorde olímpico e a consagração internacional. Em Roma-1960, bicampeão olímpico, Adhemar não se classificou para a final do salto triplo, mas deixou o estádio ovacionado pelo público e adversários.

O Brasil voltou a ganhar medalha no salto triplo na Cidade do México-1968, com Nelson Prudêncio. Depois de uma prova em que o recorde mundial foi quebrado nove vezes, Prudêncio ficou com a prata, após ver sua marca ser superada pelo soviético Viktor Saneyev no último salto.

Em Munique-1972, Prudêncio ganhou mais uma medalha no salto triplo, o bronze. A tradição do salto triplo seguiu viva em Montreal-1976 com uma medalha de bronze conquistada por João Carlos de Oliviera, o João do Pulo.

O atletismo separou-se da Confederação Brasileira de Desportos (CBD) em 2 de dezembro de 1977, quando foi criada, no Rio de Janeiro, a CBAt. A sede da entidade foi transferida para Manaus em 1994.

Em Moscou-1980, João do Pulo estava de novo na disputa pelo ouro no salto triplo, mas teve nove de suas 12 tentativas anuladas pelos árbitros. O brasileiro acabou com o bronze, não por acaso atrás dos soviéticos Viktor Saneyev (ouro) e Jaak Udmae (prata). Joaquim Cruz foi o grande nome do atletismo brasileiro em Los Angeles-1984. Surpreendendo os favoritos, Cruz estabeleceu um novo recorde olímpico e ganhou o ouro nos 800 m. Em Seul-1988, Róbson Caetano conquistou a medalha de bronze nos 200 m. Joaquim Cruz não conseguiu repetir o ouro, mas ficou com a prata nos 800 m.

Depois de passar em branco em Barcelona-1992, o Brasil voltou a ganhar medalha em Atlanta-1996, com o revezamento 4 x 100 m levando o bronze, atrás de Canadá e EUA. Faziam parte da equipe Robson Caetano, André Domingos, Arnaldo de Oliveira e Edson Ribeiro. Em Sydney-2000, agora com Vicente Lenílson e Claudinei Quirino nos lugares de Robson Caetano e Arnaldo de Oliveira, o Brasil ganhou a prata, atrás apenas dos EUA. Em Atenas, quatro anos depois, Vanderlei Cordeiro de Lima foi bronze na maratona após liderar grande parte da prova. Durante o percurso, o brasileiro foi atacado por um ex-padre irlandês, o que acabou afetando o seu ritmo na parte final da prova