Leandro da Silva

Sem o parceiro Rogério Clementino, cortado por causa de problema no cavalo, Leandro ficou fora da prova por equipes

Em sua primeira Olimpíada, apesar da bagagem na carreira, Leandro da Silva ficou na 43ª colocação na prova individual. Não chegou a se classificar para a final e viu seu parceiro, Rogério Clementino, ter o cavalo vetado no exame veterinário, o que prejudicou toda a participação da equipe brasileira

O cavaleiro, com o cavalo Oceano do Top, ficou em 43º com 60,125 na prova individual e ficou fora dos 25 que foram à final da modalidade. Foram apenas dois dias de prova para Leandro, que não participou da prova por equipes justamente pelo corte de Clementino.

Natural de Cárceres, no Mato Grosso, Leandro Aparecido da Silva dividia seu tempo livre na infância entre os treinamentos e as funções de tratador de animais no haras em que o pai administrava, em Avaré, São Paulo. Apesar de montar desde criança, foi aos 12 anos que o hipismo entrou definitivamente na sua vida.

Freqüentador dos treinos da equipe do haras em que trabalhava, Leandro caiu nas graças de um cavaleiro espanhol de nome Antonio Cotán que incentivou o jovem a praticar o esporte. Aos 19 anos, aquele cavalariço que começou a montar aos 12, tornou-se profissional.

Em 2003, Leandro integrou a equipe brasileira de adestramento nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, na República Dominicana. Este ano, apesar de ter a equipe classificada para os Jogos Olímpicos de Pequim, era necessário que três conjuntos conseguissem o índice. Rogério Clementino e Luiza de Almeida já estavam confirmados, mas Leandro da Silva só conseguiu o resultado na última chance, no evento em Mierzecin, na Polônia. O feito garantiu a primeira participação de uma equipe brasileira de adestramento em Olimpíadas.

"Essa era nossa última oportunidade de qualificação tanto minha como para formação da equipe. Eu estava muito tranqüilo, fui para o tudo ou nada. Foi como chegar a uma final de campeonato de futebol e nos 45 minutos do segundo tempo marcar um pênalti!", comemorou Leandro.

Sua montaria, o Oceano do Top, um Puro Sangue Lusitano de 14 anos, acompanhou o ginete em Hong Kong, lugar das provas nas Olimpíadas de 2008. Curiosamente, o cavalo pertenceu ao técnico José Roberto Guimarães, que também estará na China, como técnico da seleção feminina de vôlei. "Chegar numa Olimpíada é o sonho de todo atleta. Venho lutando minha vida inteira para isto. Ter competido no Pan de Santo Domingo foi uma oportunidade ímpar. Acredito que participar de uma Olimpíada não só acrescenta na minha experiência de vida como valoriza minha profissão", afirmou o cavaleiro.