Duda Amorim

“A comida de lá é bem apimentada, mas a gente sempre dá um jeitinho”, sobre a adaptação ao handebol da Macedônia

Uma das estreantes da delegação durante o tricampeonato pan-americano, no Rio de Janeiro, Ana Eduarda Amorim, a Duda, tem no sangue de sua família o handebol. Irmã de Ana Amorim, que representou o Brasil nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, a catarinense segue a tradição dos Amorim e fez sua estréia nas Olimpíadas em Pequim.

A jovem não decepcionou. Foi importante em confrontos como o contra a Hungria, quando o Brasil sofreu o empate no último segundo e a armadora marcou dez vezes. Vice-artilheira do Brasil, a catarinense não conseguiu repetir o desempenho em outros momentos e o Brasil ficou aquém de Atenas-2004, chegando na nona colocação.

Incentivada pela irmã mais velha, Duda começou a jogar handebol aos 11 anos, no Colégio Barão do Rio Branco, em Blumenau (SC), sua cidade natal. Em 2002, nos Jogos da Juventude de Recife, foi convidada pelo professor Sílvio Rodrigues para jogar em São Paulo pela Metodista, de São Bernardo do Campo. Enquanto isso, Ana já colecionava títulos nas seleções de base, como nos Pan-Americanos de handebol nas categorias júnior e juvenil, ambos em 2000.

Ainda em Santa Catarina, Duda sagrou-se campeã dos Jogos Abertos e dos Jogos da Juventude de Recife. Foi ainda vice-campeã dos Jogos da Juventude em Goiana por São Paulo. Na Liga Nacional de 2002, alcançou o vice-campeonato pela Metodista, em seu primeiro ano como profissional.

Depois, foi transferida para o São Caetano, em que faturou o título paulista na categoria júnior, em 2004. A jogadora enfrentou uma verdadeira maratona, disputando campeonatos como juvenil, júnior e adulto, por ser uma das mais novas do clube.

Pela seleção, ainda no início de carreira, a armadora esquerda conquistou os títulos do Mundialito juvenil em Portugal (2003), venceu o Sul-Americano Juvenil (2004), e foi vice-campeã no Pan-Americana Júnior (2004). No adulto, teve seu momento de maior glória no Pan do Rio. Mesmo sendo a maior parte do tempo reserva no time do técnico espanhol Juan Oliver, fez seus gols, contribuindo para o tricampeonato.

Duda seguiu mais uma vez os passos de sua irmã mais velha quando foi jogar fora do Brasil. As irmãs defendem juntas o Gjorce Petrov Kometal, mas tiveram dificuldades para se adaptar. O idioma, aprendido com a ajuda dos treinamentos da equipe, e a alimentação foram as principais dificuldades. “A comida aqui é bem apimentada, mas a gente sempre dá um jeitinho”, comentou Duda.