Chana

"O grupo precisava de experiência, hoje conseguimos igualar o nível europeu e mesmo as mais jovens tem este ritmo de jogo"

A brasileira Chana Masson é famosa por ter realizado um feito no handebol brasileiro. Catarinense da cidade de Capinzal, a goleira foi a primeira brasileira a atuar no exterior, o que acabou sendo imitado pela maioria da delegação do país. Na seleção que representou o Brasil em Pequim, 12 das 14 jogadoras estão atuando no Velho Continente.

A carreira da atleta, hoje com 29 anos, deslanchou no Mundial de 1999. Com a seleção, a jogadora foi vista por empresários espanhóis, que se impressionaram com o talento da jogadora. Ela fechou cinco anos de contrato com o El Serrobus, de Valência, e em 2000 foi campeã européia.

"Lá fora, as jogadoras brasileiras já têm uma certa fama hoje", diz a precursora, que abriu portas a outras brasileiras no mercado europeu. "Muitos técnicos já me pediram indicações de atletas nacionais", diz, com orgulho, mas não se esquece da dificuldade do começo da carreira. "Estava no auge no Brasil. Fui para lá e não era nada. No primeiro mês nem joguei. Mas aí a titular se machucou e tive que entrar na semana da decisão do Europeu. Fomos campeãs", lembra a catarinense.

Antes de se transferir para o exterior, Chana teve na equipe gaúcha da Ulbra sua melhor fase: em 1999 venceu a Liga Nacional, a Copa Mercosul e o Sul-Americano de clubes. Já no exterior, ela defendeu também o Copenhague, mudando-se para a Dinamarca, e o Randers, seu atual clube, do mesmo país.

A estréia da goleira na seleção adulta foi em 1998. No ano seguinte, integrou a equipe que conquistou a inédita medalha de ouro no Pan de Winnipeg e garantiu a primeira participação de um time feminino de handebol do Brasil em Olimpíadas. Além de atuar em Sydney-2000 (oitavo lugar), a goleira representou o país em três Mundiais (1999, 2001, 2003).

Em Atenas-2004, foi titular da seleção que conquistou o histórico sétimo lugar e uma das jogadoras mais importantes do time, sempre permanecendo entre as titulares. E, em 2007, esteve mais uma vez entre as líderes do time, conquistando o tricampeonato pan-americano e mais uma vaga para os Jogos Olímpicos.

Pequim marcou sua terceira Olimpíada e a veterana de 29 anos foi responsável por ficar o maior tempo debaixo das traves brasileiras. Mesmo assim, o time não conseguiu evoluir em relação ao sétimo lugar em Atenas-2004, terminando apenas na nona colocação, após uma fase de grupos contra seleções muito fortes. O Brasil ainda conseguiu uma vitória histórica contra a Coréia do Sul, campeã em 2004, com um gol no último segundo.