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Handebol

Reuters
Ana Paula arremessa para um dos seus 11 gols

Ana Paula

“Eu tinha uma imagem diferente do que é a seleção. Desde o primeiro campeonato que disputei, elas sempre me ajudaram muito”

Data de nascimento
18/10/1987
Local de nascimento
São Luís (MA)
Residência
Elche (ESP)
Peso e altura
68 kg / 1,72 m
Posição
Armadora
Participação em Pequim
9º lugar

Apesar de caçula da madura seleção brasileira, Ana Paula, chegou aos Jogos de Pequim com 20 anos completos e uma bagagem internacional no nível da de suas companheiras de equipe. A maranhense já atua no handebol europeu, assim como outras 11 jogadoras das 14 que formaram o time, e fez valer seu passado, tendo pelo menos um momento memorável na China.

Não utilizada com regularidade pelo técnico espanhol Juan Oliver, Ana Paula foi a responsável por fazer o gol brasileiro que deu a vitória contra a Coréia do Sul, campeã em 2004, no último segundo. A partida estava empatada em 32 a 32 e a jogadora recebeu de frente para o gol. Conseguiu um espaço e deu um tiro certeiro, que deu sobrevida à equipe no torneio. Apesar da vitória emocionante - na rodada anterior, a Hungria empatara com as brasileiras também no último segundo - o time não melhorou sua posição em relação à Atenas e foi nono colocado. A maranhense acabou com 11 gols.

A introdução de Ana Paula à modalidade foi ainda na escola, por influência de uma amiga. “Desde a infância sempre fizemos tudo juntas. Numa época, ela jogava handebol e eu fazia capoeira. Como não podíamos ir juntas, resolvi jogar handebol”, conta a jogadora, nascida em São Luís.

Com o time da escola, ela participou de um campeonato em Minas Gerais e chamou a atenção do Guarulhos. Com apenas 14 anos, deixou a casa dos pais em busca do objetivo de jogar handebol. A decisão foi feita sozinha, já que a mãe preferiu não interferir nos sonhos da filha.

Ana Paula admite que a adaptação foi difícil, já que passou a ver a família apenas uma vez por ano. Nos momentos mais difíceis, as lágrimas eram acalmadas por uma tia, única parente em São Paulo. A maranhense passou a morar num apartamento com outras seis meninas, mas conseguiu seguir evoluindo no esporte. As maiores lembranças são as refeições na Casa do Atleta. Mas o café da manhã era feito pelas próprias garotas.

A experiência acabou sendo positiva, já que no último ano, outra grande mudança aconteceu na sua vida, indo para a Espanha, defender o Elche. O contrato veio por indicação de outra brasileira, já que a ex-goleira do Guarulhos, Jaqueline, levou um vídeo da armadora para o técnico da equipe, que se interessou. “Uma brasileira sempre ajuda a outra na Europa, e sempre puxa mais uma para jogar lá”.

Em relação ao Pan do Rio de Janeiro, em 2007, quando o Brasil foi tricampeão, apenas Ana Paula a Alessandra são novatas. A experiência do restante do time, que possui 27 anos em média tem ajudado a caçula, que teve títulos nas seleções de base, como o Sul-Americano Júnior e do Pan-Americano Juvenil.

Depois de jogar na França, Aline voltou a defender um clube espanhol, jogando com as cores do forte Cementos la Union Ribarroja, que conquistou os títulos espanhóis nas temporadas de 2005/2006, pela primeira vez na história, e de 2006/2007.