Simone Jatobá

"Lógico que a gente queria ganhar, mas não deu. Passamos à final batendo as campeãs do mundo. Então, a prata é o ouro para mim"

Há oito anos na seleção, a ala-direita Simone Jatobá previa a sua participação nos Jogos de Pequim. Assim que soube da sua convocação para a disputa dos Jogos Pan-Americanos em 2007, no Rio de Janeiro a jogadora deu uma declaração falando sobre as suas prioridades e ambições na seleção brasileira.

"Quero atingir minhas metas na seleção: ser ouro no Pan, no Mundial [em setembro de 2007] e nas Olimpíadas [em agosto de 2008]", declarou, antes de viajar à China. O ouro no Pan chegou de forma brilhante, com direito a goleada na seleção norte-americana na decisão: 5 a 0. Porém, na Copa do Mundo disputada na China, logo após a disputa do Pan, não houve êxito e o Brasil foi derrotado pela Alemanha na decisão por 2 a 0.

De novo na China, em Pequim, para a disputa dos Jogos Olímpicos, a esperança da torcida brasileira era de que Jatobá, desta vez, conquistasse a inédita medalha de ouro na modalidade para o Brasil. Foi quase. As brasileiras chegaram à final batendo as alemãs, campeãs mundiais, e foram para a prorrogação com os Estados Unidos. No entanto, um gol da seleção norte-americana, tal qual em Atenas-2004, deu fim à dramática decisão. Resultado final: medalha de prata comemorada. "Passamos à final batendo as campeãs do mundo. Então, a prata é o ouro para mim."

A lateral - que também atua como volante e zagueira - tem uma boa experiência no exterior. Atualmente está no Lyon (França), mas já passou pelo Rayo Vallecano, da Espanha. Seu interesse pelo futebol começou aos cinco anos, quando ela ia acompanhar com a avó as partidas do seu tio, Carlos Roberto Jatobá, que jogou profissionalmente em clubes como o Corinthians e o Atlético-PR.

Aos 12 anos, Jatobá teve seu primeiro contato 'sério' com o futebol. A jogadora, natural de Maringá (PR), começou a treinar como ponta-direita no Paraná Clube aos 12 anos. Como a posição foi extinta com o passar do tempo, a jogadora começou a atuar como atacante no São Paulo. Foi quando o seu técnico achou que ela teria de jogar na lateral, posição que Jatobá não largou mais.

"Nesta posição, despontei no Brasileiro da época e recebi a minha primeira convocação. Para mim foi bom, pois me senti melhor como lateral, descobri que rendia mais como atleta", contou.

Pela seleção, Jatobá foi titular quando o Brasil perdeu a medalha de bronze na derrota para a Alemanha por 2 a 0 nos Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000. Participou ainda da fraca campanha brasileira na Copa do Mundo em 2003 e de boa parte da Copa do Mundo na China em 2007.