Maurine

Atacante quando atua na seleção brasileira, a ambidestra Maurine joga tanto na lateral-direita como na lateral-esquerda no Santos

Apesar de não ter entrado em campo, Maurine esteve no grupo que ficou com a medalha de prata nos Jogos de Pequim. Aos 22 anos, a jovem viu do banco o Brasil golear a Alemanha na semifinal, mas sofreu na decisão. Contra os Estados Unidos, o Brasil teve trabalho. Foi para a prorrogação e tomou o gol decisivo, perdendo por 1 a 0. Como em Atenas, a equipe deixou escapar a chance de conquistar sua primeira medalha de ouro, ficando com o vice-campeonato.

A história de Maurine com o futebol começou ainda quando criança. Com sete anos de idade, a gaúcha e pequenina garota brincava de bola na rua com os amigos e com 15, já estava no time profissional de futebol do Grêmio e sonhava com o futuro nos campos do esporte que consagrara tantos brasileiros. Pelo seu sonho, esteve no Paraná e no Rio de Janeiro, longe da família para defender o CEPE de Caxias, onde foi bi-campeã carioca em 2006 e 2007.

Sua versatilidade e agilidade chamou a atenção do treinador Kleiton Lima, do Santos Futebol Clube, um dos grandes times do país que mais investem na categoria. Assim, em 2008, Maurine aportava na Vila Belmiro, lendário estádio, cheio de histórias do esporte e que agora, passa a escrever tantas outras entre as mulheres.

Polivalente, atua em várias posições, já que é ambidestra. No Santos, por exemplo, é titular absoluta da lateral esquerda, mas sempre que preciso, muda de lato, e joga na direita. No entanto, na seleção, suas grandes oportunidades, principalmente com Jorge Barcellos, são no ataque.

Já em 2002, quando aos 16 anos ganhou a sua primeira oportunidade na seleção de base do Brasil, com o técnico Paulo Campo, na disputa da Copa do Mundo sub-20 no Canadá, entrou no decorrer das partidas diante do México (5 a 3 pro Brasil) e França (4 a 0 pro Brasil) nos lugares de Marta (então, também com 16 anos) e Kelly, que atuava no ataque, respectivamente.

No título do brasileiro no Sul-Americano sub-19 disputado em Angra dos Reis, Rio de Janeiro, em 2004, sob o comando de Nelson Rodrigues, vestiu a camisa 8 e foi titular absoluta durante a participação do Brasil na fase final do torneio, marcando ainda três gols. No mesmo ano, em mais uma Copa do Mundo sub-20, desta vez disputado na Tailândia, mas agora com Luiz Ferreira como técnico, atuou em diversas partidas, sempre no meio de campo e o Brasil ficou com o quarto lugar.

Dois anos mais tarde, ainda com Luiz Ferreira como treinador, iniciou outro Sul-Americano sub-20, no Chile, jogando na lateral esquerda, mas disputou o quadrangular decisivo, que deu o título ao Brasil, atuando no ataque da seleção. No final do mesmo ano, já com Jorge Barcellos na seleção, Maurine foi inscrita para a disputa de mais uma Copa do Mundo sub-20, na Rússia, com a camisa 11 e foi titular do ataque brasileiro na campanha que deu o terceiro lugar ao Brasil.

Com tantos predicados, Maurine que tem vasta história nas categorias inferiores jogando pela seleção, tem tudo para se tornar um dos expoentes do time num futuro não muito distante, como a ‘coringa’ da equipe, papel desempenhado hoje pela veterana Maycon.