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AFP

Natália Falavigna comemora a conquista do bronze no taekwondo

Confira o desempenho dos brasileiros

26/08/2008 - 14h03

Pequim-2008 vê redenção de Natália em medalha inédita no taekwondo

Do UOL Esporte

Em São Paulo

BRASIL NO TAEKWONDO
Alessandro Bianchi/Reuters
Márcio Wenceslau foi o primeiro brasileiro a lutar, e perdeu para o campeão mundial
EFE/Jesœs Diges
Débora Nunes lutou depois, mas não conseguiu avançar às semifinais
AFP PHOTO / BEHROUZ MEHRI
Última brasileira a entrar em ação, Natália Falavigna conquistou o bronze inédito
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Principal nome do taekwondo brasileiro, a campeã mundial de 2005 Natália Falavigna chegou a Pequim com a responsabilidade de ter perdido o campeonato do mundo e o Pan-Americanos de 2007 para a mesma adversária: a mexicana Rosário Espinoza. Os Jogos Olímpicos, portanto, representavam a oportunidade de virar esta página de vez.

Natália tinha um objetivo: conquistar uma medalha e apagar a derrota de quatro anos atrás. A brasileira chegou bem perto do pódio em Atenas-2004, quando mesmo lesionada, conquistou o quarto lugar da sua categoria.

Natália foi a última brasileira a lutar em Pequim. Márcio Wenceslau e Débora Nunes, os outros representantes, sequer chegaram nas semifinais, transferindo para a paranaense a responsabilidade de conquistar uma medalha inédita na história da participação do Brasil na modalidade.

A brasileira venceu as duas primeiras lutas com relativa tranqüilidade, mas viu o sonho do ouro ruir nas semifinais, quando encarou a sul-coreana naturalizada norueguesa Nina Solheim e empatou por 2 a 2, mas perdeu na decisão dos árbitros.

Natália, a partir daí, teve de travar uma batalha psicológica consigo mesma, já que o medo de fracassar passou pela sua cabeça. "Quando ela perdeu a chance do ouro, ameaçou chorar. Eu não deixei. Disse a ela: 'A sua medalha será a primeira. Não importa a cor'", afirmou o técnico da atleta, Fernando Madureira.

As palavras parecem ter surtido efeito para Natália, que venceu sem maiores problemas a sueca Karolina Kedzierska e levou a medalha de bronze, inédita para o país.

Como em outros esportes que não recebem muito apoio do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), os taekwondistas já vislumbram na medalha inédita uma forma de pedir maior incentivo para o esporte - assim como Diogo Silva fez no Pan do Rio, e passou a ter uma remuneração maior desde então.

"As pessoas têm boas intenções, mas têm de colocar em prática. A Confederação precisa de estrutura maior. Precisamos de mais algumas pessoas para ajudar e trocando uma ou outra peça, a engrenagem vai começar a rodar. O que precisamos é aproveitar esse gancho", disse Natália Falavigna.

Agressão ao árbitro

Outro fator que chamou a atenção na modalidade em Pequim foi a agressão do taekwondista cubano Angel Valodia Matos no árbitro sueco Chakil Chelbat.

Angel, campeão olímpico em Sydney-00, liderava seu combate e se aproximava da medalha de bronze. A sete segundos do fim, ele reclamou de dores no pé e foi receber atendimento médico. Segundo as regras do taekwondo, o lutador teria direito a um minuto para receber o auxílio.

O tempo passou e o juiz não avisou ao atleta que seu tempo estava acabando, como deveria ter feito. Com o término do minuto, ele decidiu desclassificar o cubano e deu a vitória ao seu adversário, para desespero de Matos, que o agrediu. A Federação Mundial do Taekwondo sugeriu que tanto ele quanto seu treinador fossem banidos de todas as competições internacionais.

Panorama

No geral das disputas do taekwondo, a Coréia do Sul reinou absoluta com quatro medalhas de ouro, seguida pelo México com duas. O Brasil, com o bronze de Falavigna, ficou na 15ª colocação.

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